DEUS É INÚTIL

Por: Gabriel Miranda de Souza

 
Gênesis 1:1



Schopenhauer, autor filosofo dito pessimista diz que a vida tem alguns problemas e dois deles são o divertimento e o enfado. Divertimento seria o fato de querer o que não se tem, conseguir o que se desejava e não querer mais o que se desejou, buscando assim outra coisa para se desejar. Ou seja, é uma coisa trifásica, para ilustração poderíamos dizer que basicamente seria como desejar ter sede, desejando beber água; não tendo mais cede, desejando agora urinar; desejando ir ao banheiro, e assim sucessivamente. A lógica do divertimento, portanto, é a lógica do vazio infinito, da busca constante por algo que possa encher de forma substancial o saco sem fundo, ou seja, invariavelmente estará faltando coisas e você, invariavelmente, estará buscando aquilo que te faz falta.


A segunda coisa seria o enfado ou tédio, esse é caracterizado por uma gama de utilidades e com certeza você já ouviu muito essa palavra, ÚTIL. O útil sempre é entendido como algo bom e o inútil como algo ruim. No entanto perceba que quando algo é útil o seu valor está fora de si, sendo assim o colírio é útil porque limpa os olhos, a comida é útil porque sacia a fome, e assim em diante, tudo que é útil tem seu valor fora. Então perceba que toda utilidade faz com que o valor das coisas esteja fora delas.


Portanto, quando afirmo que “Deus é Inútil”, quero na verdade dizer que o valor dEle está nEle mesmo. Deus é perfeitamente inútil pois a sua valoração não sai de si nem se explica em coisa, diversa, alguma, pois Ele vale por Ele mesmo e quanto mais de Deus acharmos em nossa vida, - tendo o seu valor em si mesma sendo assim inúteis - a chance de vivermos melhor é colossalmente exorbitante.

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