OS VALDENSES
Denominação cristã do século XII criada por Pedro Valdo e seus seguidores, na Idade Média. Desde o início, os valdenses afirmavam o direito de cada fiel de ter a Bíblia em sua própria língua, considerando ser a fonte de toda autoridade eclesiástica. Eles celebravam a Santa Ceia uma vez por ano e se reuniam-se em casas de famílias ou mesmo em grutas, clandestinamente, devido à perseguição da Igreja Católica Romana, já que negavam a supremacia de Roma e rejeitavam o culto às imagens, que consideravam como sendo idolatria.
No momento em que incorporaram essa nova perspectiva, os valdenses passaram a praticar a confissão religiosa entre si e a negar o valor dos sacramentos dos padres que estivessem em condição pecaminosa. Além disso, começaram a expressar claramente que alguns membros da Igreja estavam bem mais preocupados em fortalecer a riqueza material da Igreja do que em cuidar de seus fiéis. Foi daí que os valdenses passaram a ser perseguidos como uma heresia contrária a Igreja.
Por conta de sua recusa em interromper suas pregações, foram excomungados em 1184. Durante um evento na cidade italiana de Verona, o papa Lúcio III oficializou a condenação do movimento valdense. Essa primeira reprimenda valeu a expulsão dos valdenses da cidade de Lion. Algumas décadas mais tarde, quando o movimento ainda sobrevivia na Itália e se juntava a outros movimentos heréticos daquele mesmo tempo, o IV Concílio de Latrão (1215) determinou a excomunhão definitiva de todos aqueles que seguissem as concepções de Pedro Valdo.
Mesmo após a morte de Pedro Valdo, em 1217, seus discípulos continuaram o movimento. Condenados pelo papado, os valdenses foram perseguidos durante a Idade Média e a Reforma Protestante, quando juntaram-se ao nascente protestantismo no Sínodo de Chanforan em 1532. Desde então, os valdenses subscrevem ao Calvinismo. Em 1848, foi proclamando o edito de emancipação garantindo liberdade de culto e direitos individuais para os valdenses no Piemonte (então parte do Reino da Sardenha e depois para toda o Reino de Itália).
Subsistem hoje como um grupo etno religioso na Itália e Uruguai nas igrejas Valdense e Evangélica Valdense do Rio da Prata, além de descendentes na Alemanha, Estados Unidos e França.