EGOCENTRISMO
Leia: Efésios 2:1-13
Após meu encontro com cristo e minha conversão, percebi como eu era um ser mesquinho, cheio de mim e orgulhoso, mas também percebi que na verdade não somente eu que era assim, mas todos aqueles que fogem de uma vida espiritual plena e verdadeira. Digo isso porque até aquelas pessoas que aparecem boas aos meros olhos humanos, traz consigo um pouco de orgulho.
O orgulho que cito não é aquele orgulho que um pai diz que sente por um filho, nem o que o filho diz que sente pelo pai – por serem pessoas de boa índole e agradáveis –, (mesmo reconhecendo que até essa ótica se encontra em uma bifurcação perigosa de real sentido), mas falo daquele orgulho que é veementemente nocivo, o orgulho que talvez se apresente como o “maior pecado da humanidade”, o orgulho que é o antônimo da humildade. Esse vício, repudiado pela moral cristã, é presente em todo não cristão, em algum grau de reprovabilidade. Diferente dos cristãos, os não cristãos ou ímpios, (como preferir), se incomodam ao extremo quando é notado esse desvio da moral em outras pessoas, mas não dizem um “piu”, tampouco se acham culpados quando se é detectado em si mesmo.
Para ir aonde desejo, de fato, devo falar também sobre dois tipos de vida a bios e a zoe. O que chamo de bios é a vida finita, que podemos sentir as ações do tempo e é nessa espécie de vida que encontramos nossa vida enquanto seres humanos, ou seja, é a vida biológica que advém da natureza e que não diferente de tudo o que é do mundo natural, tende a se corromper e se rebaixar novamente a um status de decaimento. Já zoe é a vida eterna, proveniente daquele que tudo criou, ou seja, é a vida espiritual que advém de Deus. Não podemos nos furtar a dizer que essas duas espécies de vida têm algo em comum, mas essa semelhança não seria diferente da semelhança que há entre uma foto e o lugar real, ou melhor, entre uma estátua e o modelo, (homem), que serviu de inspiração para ela. Porque aquela não passa de uma sombra do que viria ser, de fato, esta. E como disse C.S. Lewis:
O homem que tinha bios e passa a ter zoe sofre uma mudança tão grande quanto a de uma estátua que deixasse de ser pedra entalhada e se transformasse num homem real. E é exatamente disso que trata o cristianismo. Este mundo é como o ateliê de um grande escultor. Nós somos as estátuas, e corre por ai o boato de que alguns de nós, um dia, ganharão vida. (LEWIS, p. 211-212. 2009).
Porém ocorre que a vida humana, bios, não é somente diferente da vida espiritual, zoe, elas são também opostas. Essa nossa vida natural e finita é algo muito egocêntrico em sua essência e como tudo aquilo que provem do egocentrismo, essa vida parece aquelas crianças sem limites que são mimadas e birrentas, e assim as pessoas querem ser mimadas, querem que as suas vontades sejam realizadas e por isso é que são tardios em aceitar a Cristo, porque em toda a prepotência e arrogância querem ser deixadas em paz e ai daquele que trouxer algo de verdadeiro a suas vidas, algo que leve uma consciência como um espelho que os mostra a feiura que fletem. Querem distancia de zoe, pois sabem que se caírem nas garras da vida espiritual seu egocentrismo e suas vontades próprias serão exterminadas. Assim lutam com unhas e dentes para que isso não aconteça.
Mas a cura para esse mal é entender que o preço já foi pago e que agora não precisamos escalar a vida espiritual com nossos próprios esforços, mas sim clamarmos a Cristo, que foi quem já se encimou e agora pode nos ajudar a chegarmos à ascensão, junto ao Pai. Basta nos abrirmos para Cristo e Ele fará essa vida sublime funcionar em nós e por nós. Seremos então infectados com esse bom vírus do amor de Cristo.
Mas a cura para esse mal é entender que o preço já foi pago e que agora não precisamos escalar a vida espiritual com nossos próprios esforços, mas sim clamarmos a Cristo, que foi quem já se encimou e agora pode nos ajudar a chegarmos à ascensão, junto ao Pai. Basta nos abrirmos para Cristo e Ele fará essa vida sublime funcionar em nós e por nós. Seremos então infectados com esse bom vírus do amor de Cristo.
Citação extraída de um trecho do livro Cristianismo puro e simples, C. S. Lewis.Editora Martins Fontes.