Paulo inicia o capitulo 12 de Romanos com uma conjunção conclusiva, trazendo então a ideia de que, uma vez definido o ensino doutrinário teórico era então a oportunidade de aplica-lo na vida cotidiana. Em outras palavras, temos neste trecho os objetivos essenciais a serem almejados. Ele mostra o que a formação cristã deve visar:

1. Vida pessoal consagrada (v. 1) – Entregar o corpo em sacrifício vivo significa desenvolver uma vida piedosa de inteira e incondicional submissão a Deus. O sacrifício, por sua natureza própria, indica morte, mas o texto informa que o sacrifício é vivo. Desta forma, o crente submete sua vida a Deus, considerando-a como morta, mas reconhece que está vivo para servi-lo em toda esfera ou âmbito de sua vida. Seus membros devem ser entregues como instrumentos da justiça, da retidão de Deus (Rm. 6:13-19). Este tipo de vida é o verdadeiro culto a Deus. Um culto racional, isto é, um culto feito com autoconsciência.

2. Mudança de valores éticos (v. 2) – O cristão não forma os seus valores éticos pessoais à luz dos valores deste mundo. Na verdade os valores que ele deve agregar e interiorizar, já estão preestabelecidos, devendo haver, somente, uma adaptação ou outra à sua realidade ficta. Além de piedosa, a sua vida será transformada bem como o seu modo de pensar, a sua mente. A vontade de Deus somente estará à disposição de quem tiver mente transformada. Esta transformação é promovida pela interação da palavra de Deus na estrutura mental e emocional da pessoa. Somente assim será possível que o crente seja perfeito, em algum nível de perfectibilidade, e perfeitamente habilitado para toda boa obra (2 Tm. 3:16-17).

3. Autoimagem e relacionamentos equilibrados (v. 3) – O cristão deve ter equilíbrio espiritual na piedade, na mente, nas emoções, na ética e também em sua auto imagem. Sendo assim pode deixar de glorificar a Deus com coisas às quais não se condena, nem também fazê-las e gerar tropeço de outros. A vida cristã deve andar sempre equilibrada nessa linha tênue. Sua imagem deve ser preservada e equilibrada pelo simples fato de que não se anuncia a Boa Nova do Senhor apenas com nossa boca, mas também a fazemos quando damos testemunho com nossa vida, vivendo-a de forma respeitosa, com decência e ordem.

4. Independência comunitária (v. 4-5) – A igreja é comparada metaforicamente a um corpo, cujas partes, embora tenham funções diferentes, são interdependentes. Em 1 Coríntios 12:26, Paulo nos ensina que se um membro sofre, todos sofrem com ele e, se um deles é honrado, com ele todos regozijam.

5. Ministério dedicado e aperfeiçoado (v. 6-8) - Este trecho demonstra que os crentes são possuidores de diversos dons a serem exercidos com dedicação, esmero e aperfeiçoamento. Comparando-se com Efésios 4:7-16 e 1 Coríntios 12, temos a compreensão de que a estratégia de funcionamento da igreja é o exercício dos diversos dons para o crescimento equilibrado do corpo, uma vez que os dons são concedidos para edificação e evangelização. Para o serviço e para glorificação do nome de Deus.