5 PONTOS DO CALVINISMO – DEPRAVAÇÃO TOTAL


Como vimos anteriormente, João Calvino formulou 5 (cinco) pontos, conhecidos como Cinco Pontos do Calvinismo ou TULIP, para rebater a doutrina estranha difundida pelos seguidores de Jacobus Arminius. Esses cinco pontos serão tratados em cinco postagens e em cada uma será apresentada de forma a tentar dirimir quais quer dificuldades no entendimento dos mesmos. Começando então pela Depravação Total.

DEPRAVAÇÃO TOTAL

O pecado afetou todas as partes do homem. O coração, as emoções, vontade, mente e corpo são afetados pelo pecado. Este ponto é fundamental. Ele nos mostra o que o pecado fez com o homem. Se tivermos uma perspectiva correta deste ponto, teremos uma conclusão correta do que Deus fez por este homem. Caso contrário se imaginarmos que a queda foi apena parcial, concluiremos que a salvação é algo atribuído parcialmente ao homem e parcialmente a Deus. Por isso disse J.C.Ryle: “Perspectivas erradas sobre a corrupção da natureza humana sempre trarão consigo perspectivas erradas sobre o grande antídoto e cura daquela corrupção”. Mas o homem é totalmente depravado e incapaz de obter ou mesmo contribuir em favor de sua própria salvação. Ele está morto.

O homem é totalmente depravado. Isto não quer dizer que ele não seja capaz de realizar atos de bondade, mas quando assim afirmamos estamos querendo dizer que a personalidade do homem foi afetada como um todo pela queda e todas as suas faculdades, toda sua natureza foi corrompida. A graça comum é a explicação para a capacidade deste homem corrompido praticar atos de bondade. Mas mesmo assim são atos imperfeitos (Rm.3 e 8). Até os atos de bondade que ímpio pratica são pecados aos olhos de Deus, pois são praticados com propósitos soberbos.

A doutrina da Depravação Total é derivada de escrituras que revelam o caráter humano: O coração do homem é o mal (Mc 7:21-23) e jaz doente. (17:9); por natureza o homem está morto (Rm.5:12; Ef.2:1); cego (Ef.4:18); corrompido na sua consciência (Tt.1:15-16; Gn.6:5; Gn.8:21; Ec.9:3; Jr.17:9; Tt.1:15); o homem está sem desejo por Deus (Rm.3.11); sem temor a Deus (Rm.3.18). É um escravo do pecado (Jo.8:34; Ef.2:12; Rm.6:17; Ef.2:1-3 e Rm.6:20); não busca a Deus (Rm.3:10-12); não pode entender as coisas espirituais (1 Coríntios 2:14); ele está em inimizade com Deus (Rm.8:7 e Rm.3:18 e Ef.2:15); é por natureza um filho da ira (Ef 2:3) e não pode reconhecer que Jesus é o Senhor (1 Co.12:3). O calvinista faz a pergunta: “À luz das escrituras que declaram verdadeira natureza do homem como sendo totalmente perdido e incapaz, como é possível para qualquer um para escolher ou desejo Deus?” A resposta é: “Ele não pode. Portanto, Deus deve predestinar”.

Já nascemos assim, diz o salmista no Salmo 51, “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe”. Não veja um nenezinho como um anjinho, mas como um pecadorzinho. (J.C.Ryle).

O apóstolo Pedro afirma em 2 Pedro 2:22 que o homem é como “O Cão que volta ao seu próprio vômito; e a porca lavada voltou a revolver-se no lamaçal”.

Em Jeremias 13:23 lemos: “Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele ou o leopardo, as suas manchas? Então, poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal”. Esta é a situação do homem. Está de mãos e pés atados como Lázaro antes da ressurreição. Morto, preso, cego, sem nenhuma possibilidade de “ver o Reino de Deus” e buscar este Deus. É o oposto do que ensinava Armínio e Pelágio no século VI. O livre arbítrio do homem natural só o leva para longe de Deus. George Whitefielde, o maior pregador inglês do século XVIII disse que o livre arbítrio do homem só o leva para o inferno. Jó pergunta em Jó 14:4 “...quem do imundo tirará o puro?”; ele mesmo responde: “Ninguém!”. Só Deus pode operar este milagre da ressurreição espiritual. Só Deus pode dar nova vida. “Ele vos deu vida estando vós mortos em vossos delitos e pecados” (Ef.2:1). O Calvinismo sustenta também que por causa da nossa natureza decaída nascemos de novo e não por nossa própria vontade, mas a vontade de Deus (Jo.1:12-13); Deus concede que acreditamos (Fp.1:29.); fé é a obra de Deus (Jo.6:28-29); Deus nomeia as pessoas a acreditar (At.13:48); e Deus predestina (Ef.1; Rm.8:29; 9:9-23).

A compreensão deste ponto é fundamental para que entendamos o ponto seguinte. Este ponto nos mostra a inabilidade do homem para se salvar.

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